Desde muito cedo somos ensinados que devemos esconder nossos defeitos e mostrar ao mundo apenas os pontos positivos. Somos levados a acreditar que a perfeição deve ser buscada de forma incansável. Não basta apenas participar, é necessário ser o primeiro colocado em todos os projetos que nos propomos a realizar. O grande problema disso tudo é que essa cobrança para ser sempre o melhor muitas vezes nos impede até mesmo de tentar. Há quem pense da seguinte maneira: “De que adianta eu começar a tocar guitarra se jamais serei um astro do rock? De que adianta eu escrever um livro se jamais serei um autor best-seller?” Esse pensamento é próprio de quem não aceita a própria vulnerabilidade, que muitas vezes precisamos iniciar um projeto para entender que talvez não aquilo não faça tanto sentido para a nossa vida. Bem sucedido não é somente aquele que é conhecido, que tem vários títulos acadêmicos ou consegue falar mais de sete idiomas diferentes. A definição de sucesso não é unânime; e sucesso e perfeição não são sinônimos de felicidade.

Leonardo da Vinci era um grande polímata, ou seja: ele tinha grande habilidade nas mais diversas áreas do conhecimento. Apesar de ser um gênio em muitas áreas, de acordo com algumas biografias, Da Vinci tinha muita dificuldade em aprender latim, o que era bem fácil para grande parte da população da época. Isso significa que não tem como ser bom em tudo o tempo todo. Existe uma frase que diz: ” Se você julgar um peixe pela sua habilidade de subir em uma árvore, ele vai passar a vida toda acreditando ser estúpido”. É a partir do momento que aceitamos ser vulneráveis, que aceitamos que temos pontos fortes e fracos, que as coisas começam a fluir.

Voltando à Da Vinci, todos sabemos que ele era um grande gênio; mas ao mesmo tempo também era um grande procrastinador. Sua mente fervilhava de ideias e ele adiava seus projetos por achar que nunca estavam finalizados, havia a dificuldade de entregar algo que não estivesse dentro da sua própria definição de perfeição.

Procurando uma definição técnica dessa palavra, temos que: “procrastinar é o ato de adiar algo ou prolongar uma situação para ser resolvida depois”. Ocorre que esse depois nunca chega, a vida continua enquanto deixamos de começar algo por medo de não atingirmos a perfeição. Mas a vida é  justamente sobre ser vulnerável, é sobre se expor aos riscos e aceitar que na maioria das vezes não seremos os melhores. Que é necessário arriscar, expor nosso pontos fracos para poder melhorar. É preciso começar, treinar, se aperfeiçoar, para só então melhorar.

A busca pela excelência não deve ser empecilho para as realizações. Se buscarmos sempre ser o melhor em tudo, então não conseguiremos ser bons em nada. Assim, conclui reforçando a importância de aceitar ser vulnerável, se permitir errar às vezes. A vulnerabilidade e a coragem andar juntas. Somente ao se expor ao risco é que existe a possibilidade de sucesso. Por isso, não tenha medo de começar um projeto, mesmo que no início ele não pareça tão bom. É por meio do risco, e da coragem de se expor a esses riscos que existe o crescimento pessoal.

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