Com o passar do tempo e a evolução da sociedade, superando questões como machismo e preconceito, a tendência é que cada vez mais as mulheres tenham espaço em todos os segmentos sociais, inclusive na arte; deixando de ser apenas fontes de inspiração e passando a expor suas próprias artes para o mundo. Ainda hoje, a desigualdade de gênero no meio artístico se mostra bem presente, visto que da totalidade das obras em exposição apenas 6% são de autoria de artistas mulheres.

O que não falta são artistas extremamente talentosas, que fazem um trabalho de encher os olhos; mas é necessário que possamos dar mais voz e espaço para as mulheres. No Brasil, as mulheres tem um importante papel na disseminação cultural por meio da arte, e aqui está uma pequena lista com três pintoras brasileiras que muitos contribuíram para a formação artística no país.

 

  • TARSILA DO AMARAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Provavelmente o primeiro nome que se vem à cabeça ao pensar em artista brasileira seja o de Tarsila. Ela nasceu no dia 1 de setembro de 1886 em Capivari, São Paulo e veio  de uma família bem influente e abastada da região. Começou seus estudos em São Paulo, depois indo para Barcelona, e posteriormente para Paris, ingressando na Academia Julian: uma escola de pintura e escultura.

Tarsila tem um papel muito importante para a primeira fase do modernismo no Brasil, junto a artistas como Anita Malfatti, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Suas obras buscaram enfatizar o nacionalismo, a valorização dos aspectos do clima e natureza predominantes no território brasileiro. Deu início ao movimento antropofágico através de sua célebre obra Abaporu (o homem que come), o nome da obra faz alusão ao próprio movimento cujo objetivo seria o de “comer” a valorização da cultura europeia e dar evidência para a valorização da cultura e elementos brasileiros.

A obra Abaporu que foi pintada como presente de aniversário para Oswald de Andrade, marido de Tarsila à época; e que se tornou o símbolo do movimento antropofágico no Brasil.

Em 1933 Tarsila produziu outra obra de destaque intitulada Operários, marcando uma nova fase de sua carreira, com um viés mais social, retratando as condições dos trabalhadores no início do processo de industrialização do Brasil, sobretudo no estado de São Paulo.

A obra Operários, pintada em 1933 e que tem uma forte crítica social representando a vulnerabilidade e exploração dos trabalhadores. A artista retratou pessoas com os mais diversos tons de pele a fim de representar os imigrantes, e os rostos apáticos demonstram a falta de perspectiva e condições humanas de trabalho a que eram submetidos.

A artista faleceu de causas naturais em janeiro de 1973 aos 86 anos de idade.

 

  • DJANIRA DA MOTTA E SILVA

 

Nascida em 1914 em Avaré, São Paulo, foi uma importante e completa artista brasileira que era ao mesmo tempo: pintora, ilustradora, cenógrafa, gravadora, que teve uma importante contribuição para o movimento modernista no Brasil.

Suas obras são marcadas pela valorização de elementos brasileiros, com muitas cores e traços simplificados. Djanira era uma pessoa muito religiosa e essa característica se mostra bem presente em suas obras como é visto em Senhora Sant’Ana de Pé e Três Orixás.

A obra Senhora Sant’ana de Pé que está no Museu do Vaticano

Ela foi a responsável pelo painel Santa Bárbara, que pertence ao Museu Nacional de Belas Artes; e também teve um mural encomendado por Jorge Amado, intitulado  Candomblé.

Candomblé: O painel encomendado pelo escritor Jorge Amado para sua residência no ano de 1954

 

  • ANITA MALFATTI

Anita foi uma pintora, desenhista, ilustradora e professora nascida em São Paulo no ano de 1889. É um dos nomes mais importantes para a primeira fase do modernismo brasileiro, tendo tido um papel fundamental na Semana de Arte Moderna: uma manifestação artística e cultural que aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo entre 11 e 18 de fevereiro de 1922. Essa semana foi de grande importância para trazer uma visão renovada para a arte no Brasil.

A artista nasceu com um defeito congênito no braço e mão direita e por isso, usava a mão esquerda para pintar. Apesar da deficiência, aprendeu a desenvolver a escrita e a pintura com o uso da mão esquerda, vindo a ser uma das pintoras mais lembradas até os tempos atuais. Estudou artes ena Europa e em Nova York, e em suas obras é possível perceber vários elementos do expressionismo, e posteriormente, passou a adotar uma estética mais condizente com o movimento modernista.

A obra ” A boba” tem elementos da fase expressionista da artista, com alguns elementos do cubismo. Essa obra é considerada um dos pontos altos da manifestação artística de Anita.

A influência da artista para a pintura é presente até os dias atuais. Ela possui obras expostas nos principais museus brasileiros: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e no Museu Nacional de Belas-Artes.

 

 

 

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